Praia de Barcelinhos
Era um amigo de infância muito estimado. Andamos na escola juntos e no café que frequentávamos ele era uma presença alegre e sempre com uma anedota para animar a malta. Cheguei a jogar à sueca com o Paulo Neta na sapataria do amigo comum Zeca Pegas.
Como construtor civil teve os seus períodos bons e menos bons.
Nos últimos tempos a coisa começou a ficar preta. Teve de amputar uma perna e andava de cadeira de rodas.
Enfim, o Bernardino Quintas era uma figura típica incontornável.
Soube que tinha sofrido um AVC e estava acamado. Fui visitá-lo.
Estava perfeitamente lúcido e com a memória muito activa.
Começou a desfilar acontecimentos em que ambos estivemos envolvidos e até me surpreendeu.
__Lembras-te daquele mergulho no rio Cávado, em Barcelos? Um rapaz estava quase a afogar-se e deste um mergulho, parecias um ganso e lá o tiraste para fora?!
Eu tinha adquirido um carro no stand Castro, em Barcelos e, de vez em quando tinha de me deslocar ali para pequenos trabalhos como mudanças de óleo e pequenas afiinações.
O Bernardino estava disponível e acompanhou-me. Era um sábado e a oficina trabalhava.
Enfim, a memória do meu amigo estava em plenitude apesar dos efeitos do AVC.
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